domingo, 21 de março de 2010

Sintonia

Às vezes dá para isto, estúpido ser humano, se já não estamos ligados a algo, porque motivo vem uma lembrança e nos agarra a uma estranha ligação do passado!? Fazendo-nos remoer a lembrança na busca de respostas. Talvez nem todas as pessoas ligadas ao passado tenham a resposta, porque seriamos nós uma sub-parte da lembrança a conseguir obter para nós próprios as respostas. Executaríamos respostas que o nosso próprio ser quererá ouvir, ou iriamo-nos por na pele dos outros intervenientes e facultar a resposta daquele lado!? Quem saberá... repito, estúpido ser humano! O tempo passa... a que passado me estarei a referir!? Hum... um mês!? Um ano!? Dois anos!? Também o que interessa, será sempre assim! E sempre nos iremos interrogar até que ponto é que as outras sub-partes também se interrogam ou simplesmente vão "buscar" as mesmas lembranças e, apenas se recordaram. Bem, pondo por este ponto de vista se se lembrarem é porque algo os marcou, não!? É simples a lógica.... o ser humano tem um uma boa capacidade de recorrer aos ditos "Flashback" o que por vezes não vêem nada a calhar!
Ora... Que se lixe, é assim que é para funcionar, certo!? Então que todas as sub-partes estejam em sintonia.


Já agora, boa Primavera!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Eeerrrr

Irrita-me quando as pessoas estão a conversar e um dos interlocutores põe do nada toda a sua concentração naquele ecrã (que nestas ocasiões se torna irritante) chamado Televisor e, simplesmente gemem de forma quase inaudível um "hum" ou "sim" e... mais tarde com uma grande moral nos dizem: "não ouvi nada" ou "não me falaste nisso". Errr que irritação....

sábado, 13 de março de 2010

Primavera Antecipada

16 Horas e as janelas mantém-se abertas, deixando a brisa e os raios de sol entrarem em casa. Aguenta-se uma temperatura agradável, com duas camadas apenas de roupa sem a necessidade de pensar duas vezes se será melhor por a terceira.
Ao fim de uma época de chuva interminável hoje houve o derradeiro prazer de me deitar na relva com um fiel canis lupus familiaris, de sexo feminino e de raça indefinida mas com a bela identificação (vulgo nome) de Boneca, ao meu lado. Que agradável bocado de dia, sol... relva... uma cadela como companhia e, a brisa! Que recordação memorável que esta última me deu, os velhos tempos de praia no norte com aquela nortada que quase todos os dias nos incomodavam e, fazia com que “nós” adoráveis crianças deixássemos as brincadeiras de lado, ou então não, há que continuar pois criança é resistente à ventania. Por vezes não deixava de ser agradável quando soprava suavemente. Que boa sensação, prova disso foi o desfrutar disso hoje e imediatamente fazer a ligação com os velhos tempos.
Às vezes pergunto-me porque o ser humano parece não conseguir guardar por completo todas estas boas sensações/recordações, será para mais tarde em situações similares conseguirmos fazer uma ligação e novamente (inutilmente) tentarmos guardar todo o momento por inteiro!?
Bem... venham mais pássaros a viver alegremente e cantarolando sobre um dia repleto de sol acompanhado com a brisa agradável, mas principalmente... que consiga usufruir de tudo isto.

terça-feira, 9 de março de 2010

A Recuperar

E como tudo não é perfeito, à que começar o novo ciclo de vida com a barriga feita num oito de cima a baixo e, claro estar duas noites em branco para revitalizar as células!

Hoje novo começo... induzir o sono! Venha até mim a pedra do sono.

Boa Noite.

domingo, 7 de março de 2010

Parabéns!

Happy Birthday!

sábado, 6 de março de 2010

One day

Um dia ainda vou perceber porque é que as pessoas têm o dom de se atingirem umas às outras e, porque são intolerantes e assim que ouvem algo não se remetem ao silêncio e atiram mais uma pedra, simplesmente porque sim. Mas isso será um dia...

O que me passa pela cabeça? Que sentimento tomou posse de mim hoje? Provavelmente um misto de revolta com tristeza.
Será assim tão difícil aceitar um "não quero" sem por em causa todas as possíveis razões para tal afirmação? sem que incorram afirmações de terceiros que na vida deles é de determinada forma e não é por isso que deixam de querer ou fazer.
Apenas quero passar o "dia" como desejo, se esse desejo for sozinha e sem agitação porque não deixam que assim seja. Criticam e fazem disso uma problemática.
É de tão simples compreensão... Alias para quê ter um dia cheio de pessoas e confusão?! se assim fosse a maior parte dos dias, agora fazer de um dia possivelmente especial numa lata de contradições. E não, não quero... nem hoje nem amanha me apetece quebrar a rotina.

Relaxing with: A Perfect Circle - When the levee breaks

sexta-feira, 5 de março de 2010

O Dia Deu em Chuvoso

"O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.

Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.

Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efectivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afectos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...

O dia deu em chuvoso.


Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 4 de março de 2010

The way of Madness

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


"Cântico Negro"
José Régio

In Poemas de Deus e do Diabo

Quero!

E é neste dia "semi" primaveril que poderá começar!

Um misto de emoções descritas, que podem ir desde uma simples alegria a uma raiva profunda... ou seja, será o que tiver de ser.


Mas quero que sejam maiores as de alegria.